A cefaleia ou dor na cabeça é uma das situações que mais frequentemente faz as pessoas procurarem o neurologista. Um dos tipos de dor na cabeça que mais incomodam a população é a migrânea ou enxaqueca. O diagnóstico da enxaqueca não é diferente, em linhas gerais, daquele de outras doenças: é extremamente fácil nos casos típicos e recheados de sintomas e sinais, e difícil nos casos com poucos sintomas/sinais, exigindo alto grau de suspeição clínica do médico. Quando o quadro está muito claro (os detalhes da dor que a pessoa conta junto com o exame neurológico detalhado normal), a realização de exames tais como tomografias do crânio ou ressonância do encéfalo é perda de tempo e dinheiro. Várias pesquisas mundiais mostram que a chance de que esses exames detectem algum problema que tenha a ver com a dor na cabeça é quase zero. Já atendi pessoas com dor na cabeça que traziam fizeram 7 ressonâncias do encéfalo normais. Sobretudo, fazer exames desnecessários não muda o tratamento. O tempo tem que ser investido na consulta com um especialista experiente, pois nem toda dor na cabeça é enxaqueca e atendemos diariamente várias pessoas que perderam tempo e dinheiro em exames e tratamentos que não melhoraram em nada a sua qualidade de vida. Em outros momentos, nos vemos diante de uma pessoa que precisa urgentemente de uma tomografia ou ressonância, mas o diagnóstico foi de enxaqueca. Já vimos inúmeros casos de pessoas com causas graves de dor na cabeça e que tiveram sequela e até óbito devido á confusão com a enxaqueca. Embora a internet esteja cheia de informações (muitas equivocadas e de origem duvidosa), a cefaleia exige um diagnóstico personalizado elaborado por um médico experiente para que o tratamento funcione e sua qualidade de vida melhore. A boa notícia é que recentemente temos observado uma revolução no tratamento da enxaqueca, com novas mediações e resultados que trazem grande esperança aos médicos e pacientes.